No solo, no ar, nas raízes das plantas e até dentro do corpo humano, os fungos exercem funções centrais para o equilíbrio da natureza: reciclam nutrientes, sustentam a fertilidade do solo, protegem plantações e têm um papel fundamental na medicina. Ainda assim, permanecem invisibilizados — na ciência, nas políticas públicas e até no imaginário ambiental das pessoas. Hoje, cresce o número de espécies fúngicas em risco de extinção. Quem explica os riscos dessa negligência é o professor Carlos Taborda, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP: “Além de conhecermos pouco sobre eles, a gente não sabe, de fato, a função deles na natureza — e nós estamos destruindo esses fungos. Então você vê o impacto”, alerta. Estima-se que existam entre 1,5 e 4 milhões de espécies fúngicas no planeta. Apenas cerca de 150 mil foram catalogadas.